A rotina preparatória para um concurso público é tão desgastante que, muitas vezes, os candidatos tomam medidas extremas para manter o foco. Tem gente que recorre a medicação tarja preta, como o cloridrato de metilfenidato. Conhecida pelo nome comercial Ritalina, a substância virou uma controversa aliada da produtividade.
Embora o uso desse produto tenha se tornado popular, ele é contraindicado na maioria das situações. Além da dependência química, pode causar efeitos colaterais que pioram o desempenho nos estudos. Saiba mais a seguir.
Ritalina sem prescrição médica é ilegal
A Ritalina é uma droga utilizada para controlar o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), especialmente em crianças. Ela é distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas só pode ser entregue ao usuário mediante apresentação de prescrição médica.
Como muitos concurseiros não têm diagnóstico de TDAH, eles arranjam vias alternativas para conseguir acesso ao medicamento. É possível comprar cloridrato de metilfenidato até pela internet.
No entanto, desaconselhamos essa prática. Adquirir um remédio tarja preta sem receita configura crime. Trata-se do porte de entorpecente para uso próprio.
Efeitos colaterais da Ritalina derrubam a produtividade
E não seria exagero classificar a Ritalina como entorpecente. Espécie de prima das anfetaminas, ela tem ação similar à da cocaína no organismo. A primeira sensação é um efeito estimulante intenso. Isso causa a falsa impressão de que a pessoa está atenta e superconcentrada nas tarefas.
O sujeito até perde o sono, mas isso não significa melhor rendimento nos estudos. Pelo contrário: o desempenho intelectual sai prejudicado. A substância afeta a memória, o que também dificulta a capacidade de reter informação.
Não para por aí. Os efeitos colaterais do metilfenidato podem incluir ansiedade, depressão, crises de pânico e surtos psicóticos. “O candidato pode ficar paranoico, ouvir vozes e passar a interpretar a realidade de forma errônea”, explica o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, em reportagem do portal G1.
Vale lembrar que medicamentos de uso controlado, como a Ritalina, causam dependência. Portanto, a administração desses produtos deve ser orientada por um médico. Jamais recorra a essa alternativa por conta própria!
Como melhorar o rendimento nos estudos sem Ritalina
Se Ritalina é tão prejudicial para a concentração, agora você deve estar se perguntando o que fazer para garantir a produtividade nos estudos. Na verdade, não existe uma receita única que funcione para todos os concurseiros. Cada indivíduo tem que conhecer o próprio corpo e avaliar o que é melhor para si mesmo.
De todo modo, algumas sugestões são universais. Aqui vão elas (acesse os links para ler conteúdo específico sobre cada tópico e se aprofundar no assunto):
- Tenha uma dieta equilibrada
A primeira recomendação é evitar alimentos gordurosos, pois demandam muita energia para a digestão e podem deixar você com sono. Álcool em excesso também atrapalha.
Em vez de lanches rápidos, como pizza e hambúrguer, prefira uma dieta leve, planejada por nutricionista. Vale incluir bastante fibra no cardápio. Assim a evacuação se torna eficiente e o fluxo sanguíneo se concentra mais no cérebro.
Lembre-se, ainda, da hidratação. A água pode ser um combustível mais eficiente que café e Ritalina para os estudos. Beba o quanto sua sede exigir, em intervalos regulares ao longo do dia.
- Durma bem
Já que falamos em sonolência no item anterior, devemos ressaltar como noites bem dormidas são essenciais para o aprendizado. Isso porque o período de sono profundo, conhecido como fase REM, contribui para retermos as informações do dia, especialmente o conhecimento lógico e matemático.
Sendo assim, reserve o tempo necessário de descanso para seu corpo. Podem ser seis horas, oito horas ou o quanto for preciso para você se sentir bem.
Quer resultados ainda mais efetivos? Corte o consumo de cafeína à noite e nunca leve o celular para a cama. O brilho azul da tela pode dificultar o processo de adormecimento.
- Movimente-se
Não se esqueça da atividade física. Ela ajuda a descarregar a ansiedade e mantém o organismo funcionando com saúde. Dessa forma, você terá resistência para encarar as provas mais difíceis.
Uma simples caminhada diária, por meia horinha, pode contribuir com o seu desempenho intelectual. O exercício aeróbico eleva a circulação sanguínea no cérebro, ativando a comunicação dos neurônios e criando novos neurotransmissores.
Ainda, existem os exercícios laborais. São sequências de alongamentos e movimentos simples para corrigir os vícios de postura. Eles funcionam bastante para quem quer aliviar dores lombares, lesões por esforço repetitivo ou outros males ocupacionais.
- Organize seus horários
Já ouviu falar em fadiga de decisão? Ela acontece quando passamos tempo demais envolvidos com pequenas decisões do dia a dia. Por exemplo, você acorda de manhã e perde uns minutos escolhendo entre estudar Legislação ou Língua Portuguesa.
Pode não parecer, mas esses pequenos momentos esgotam nossa capacidade cognitiva. Logo, é melhor já saber de antemão quais serão as tarefas da jornada.
Dá para fazer isso montando um plano de estudos. Tenha um cronograma de atividades prevendo quais serão as matérias do dia e em que horário você vai trabalhar nelas.
- Otimize o tempo
Para render mais em menos tempo, sugerimos que você recorra a técnicas para potencializar os estudos. Algumas delas incluem ler o texto em voz alta (para estimular a memorização) e alternar entre exercícios diferentes (já que nosso foco tende a se esvair depois de várias horas na mesma função).
O método Pomodoro auxilia na produtividade. Ele consiste em intercalar blocos de estudo focado com breves pausas para descanso.
Aproveitar quaisquer horários também é importante. Que tal separar uns minutos do intervalo do almoço para revisar a matéria? Ou ler durante sua viagem de ônibus ou metrô?
Enfim, esperamos que o artigo de hoje tenha sido útil. O importante é encontrar saídas eficazes para estudar sem comprometer a saúde. Diga não à Ritalina!
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Bons estudos e até a próxima.